quarta-feira, abril 28, 2004

história trágica

Template novo, vida nova!
Uma borboleta pra trazer uma alegriazinha, uma inspiraçãozinha, e umas mudancinhas. =)
Tudo no diminutivo que é pra não sacudir demais o meu mundinho... Deixa ele se ajeitar, pelo menos por umas semanas!
Mais uma aula perdida na minha vida... Pelo menos era redação... Coitado de Daniel com suas ilusões de que eu estava realmente copiando o que ele dizia... tsc tsc...
Ah... É baseada em fatos reais! ;)

História Trágica
26.04.04


Era uma mosca na sala de aula, num dia desafortunado. Levava a vida no ritmo irritantemente calmo dos insetos, que voam despreocupados sem o peso do saber nas costas e na consciência.
Não sabia, por exemplo, que era segunda-feira, e que os alunos estavam desesperados na iminência de uma assustadora prova de biologia, aliás, nem sequer imaginava que diabos seria a tal biologia, pois viver uma simples vida de mosca dispensa tais teorias. Antes soubesse tudo isso e não teria, na inocência dos tolos, pousado na sala.
Mas pousou. E levantou vôo e pousou outra vez. E outra vez mais. E outra. E tantas vezes repetiu sua tarefa trivial que acabou por incomodar quem incomodado já estava com o dia e com a aula e com a prova.
De uma pisada só não morreu a mosca. Ainda tremeu as asas, agitou as patas, contorceu-se na ânsia de viver dos atropelados. Que terá pensado ou deixado de pensar nos seus últimos segundos será sempre uma icógnita. Nada sei da vida da mosca, diria o poeta, mas desconfio que era a única que ela tinha.
E fica a mosca defunta no chão, e perdem-se os alunos nas incrí­veis e infindáveis nuances da biologia. É a tragicidade da vida.

domingo, abril 25, 2004

enigma

O produto da última aula de Quí­mica com Hanns... E da inquietação que eu carrego desde antes de descobrir que era gente.

Enigma
22.04.04

Enquanto sigo por essa estrada tortuosa,
sem guias nem placas,
a Vida, essa gata vadia,
me transpassa com seu olhar olbíquo
e desafia.

Decifra-me, ou te devoro.



(Caminhando e cantando e seguindo a canção...)

domingo, abril 18, 2004

barbáries

Tem filmes que nos deixam pasmos. Anestesiados. Inconscientes. Que cheiram a sangue. Que mostram um cristo vestido de vermelho dos pés a cabeça durante mais de 2 horas. Que são um show de horrores. São filmes que todo mundo vê.
O que nos leva a ir a um cinema para assistir cenas de brutalidade? É sadismo? É por prazer? Não acredito muito nisso.
Desconfio que tudo isso seja uma fuga. Uma maneira de aliviar o peso do nosso próprio tempo. É quase como agradecer a maravilha que é ser um brasileiro do século XXI, pra quem as maiores ameaças são os sequestros e os assaltos a mão armada em plena luz do dia. Morrer de bala perdida dói menos que as chibatadas. Ainda bem que nascemos num mundo em que as guerras são cirúrgicas e os ataques terroristas matam 200 pessoas em 30 segundos: não dá nem pra sentir.
Maravilhas da civilização.

sábado, abril 17, 2004

de quem vive em liberdade condicional

Promessas, promessas... o que são promessas de terceiranista? São promessas de poí­tico, de tolo...
Mas dessa vez eu acho que eu volto. Depois de uns dois meses travada, com pouco tempo pra pensar, menos ainda para escrever e nenhum pra postar, eu resolvi tomar vergonha na cara.
Como minha amiguinha inspiração resolveu dar as caras hoje, pra variar, no meio de uma aula, vai ao ar uma novidadezinha.

De quem vive em Liberdade Condicional
17.04.04

Abaixo a prisão dessa janela sem grades!
Abaixo o cárcere de uma porta destrancada!
Abaixo as correntes que prendem pelos calcanhares
um espírito frágil que não sabe voar
por que nunca teve chance...

Decreto, como um herói insano que grita no deserto,
o fim da pseudoliberdade de todos nós.
Eu, que também arrasto meus grilhões,
que ordeno à gaiola que se abra
quando deveria dizer á minha própria alma:
Sai! O mundo é teu, basta querer!

Logo eu, que busco além das minhas pupilas
a liberdade que está presa em mim...