segunda-feira, janeiro 02, 2006

mandiga

Rompi de branco, pra trazer sorte.
De roupa nova, pra trazer novidades.
Sal grosso e incenso na casa,
7 sementes de uva na carteira,
7 ondinhas puladas no mar,
raminhos de arruda na bolsa,
amarrados com uma fitinha do Senhor do Bonfim.
Comi lentilhas (2 colheres)
e tomei banho com chá de alecrim.
Rezei pra todos os Santos e Deuses,
de Buda à Oxalá,
e joguei flores para agradar Iemanjá.

Sorte? Nunca é demais.

retrospectiva

2005 acabou.

Comecei o ano em crise existencial profunda. Esse negócio de sair do colégio acaba com qualquer um. É ruptura com toda e qualquer segurança. Passei um mês na praia e me renovei. Fiz 18 anos, e descobri que isso não me fazia mais madura, somente mais velha. O que, entretanto, não faz a idade ser menos legal do que eu imaginava. Comecei a trabalhar, e descobri que isso sim me faria mais madura. A duras penas. Tomei a maior decisão da minha vida. Talvez a primeira realmente independente de todos. E ainda vou arcar com suas consequencias. Conheci um carinha que mexeu comigo. Doce ironia.. Entrei na faculdade depois de meses de espera. Pra me alegrar e me decpcionar, na mesma medida. Comecei a namorar o carinha, mas ainda sem imaginar como ele viria a se tornar importante na minha vida. Me viciei em fotografia. Vício agravado com a compra da câmera. Conheci uma pessoas legais, posers, sarcásticas, engraçadas, interessantes, sinceras e atípicas. Não menciono nomes sobre o risco de esquecer alguém. Fiz amigos. Manti outros. Morri de saudades dos demais. O tempo passa mas o carinho fica. Não tive férias. A universidade e o estágio não me deram esse direito. Mas aproveitei, à minha maneira. Fui ao Rio de Janeiro. Desembarquei sozinha e me senti adulta e perdida. Briguei muito com minha mãe, meu pai e meus irmãos. A raiva sempre foi proporcional ao carinho, embora eu nunca admita. Vi os meses passarem rápidos como nunca. Descobri o que é saudade antecipada numa manhã de outubro. Ganhei uma família nova, e descobri que iria perdê-la em Janeiro. Fugi de casa e dos meus medos e raivas. Mas sempre voltei nas madrugadas e me enfiei na minha cama, que sempre será o lugar mais aconchegante do mundo. Me matei de estudar, de correr, de me ocupar. E aprendi. Muito. Odiei Dezembro profundamente, mais do que nunca. Dezembro foi o fim de um ano que, com seus altos e baixos, com meus amores e ódios, ficou marcado.

Fechei o balanço com o saldo positivo.
2005 valeu a pena.
Que venha 2006. =)

ano novo ano

As vezes eu sou de uma ingenuidade que me comove.

A verdade é que eu odeio os fins e amo os começos. Deve ser por isso que começo tantas coisas e termino tão poucas... Com os anos também é assim. Impossível não me sentir um pouco mais leve em janeiro. Um pouco mais esperançosa, mais feliz, mais confiante, mais aliviada. Viver janeiros é a minha melhor terapia.

É, é. Eu sei. Ingenuidade pura. Mas são tão tristes os que não a tem em doses moderadas. =)