quinta-feira, janeiro 01, 2004

ano novo ano

De repente, foi o fim. Estourou com o estampido dos fogos de artifí­cio.
De repente, acabou.
De repente, passou.
De repente, 2004.

Então é isso. Mais um ano se passou. Um ano em que eu chorei, um ano em que eu me senti só e desorientada, um ano em que eu caí­, um ano em que eu tropecei e me espatifei no chão, quase sempre por ser teimosa como poucos imaginam que eu possa ser, quase sempre por ser ingênua, por ser frágil, por ser jovem, por desconhecer tudo o que a vida joga nos meus braços.

Eu tive as minhas crises. Muitas, muito mais do que qualquer um saiba. Eu tive as crises que só eu sei, as que só eu senti. E ao fim do ano, eu poderia explodir. Eu me consumi num sentimento que eu não sei nem definir, num desejo de que tudo passasse o mais rápido possível.

Mas agora passou. E eu sei porquê.

Por que nesse ano eu descobri que eu sou feliz. Percebi que muito mais do que chorei, eu sorri. Eu tive momentos maravilhosos. Eu amei. Eu vivi. Eu tive pessoas que, estiveram ali do meu lado, e que não sabem o quanto eu as agradeço por isso. Eu descobri que é preciso aprender a cair, mas cair com a graça de um gato, cair de pé. Eu descobri que a minha teimosia é desejo de aprender. Que a minha ingenuidade é a fonte da minha esperança. Que a minha fragilidade é o começo da minha força. Que a minha juventude pode ser eterna. E que o desconhecido é inevitável e necessário.

E todo aquele desespero não era por medo. Era a minha eterna inquietação de viver. De viver e viver muito, e viver intensamente, e viver como todo mundo deveria viver.

E, se 2003 acabou com o estampido dos fogos, 2004 começou com as luzes.
Começou com brilho.
Começou à cores.
Por que eu nunca tive tanto desejo de viver.
Por que o futuro está acenando ali na esquina.
Por que o mundo não está cor-de-rosa e ainda assim eu estou feliz.

Virar o ano é como ter nas mãos um livro em branco. As páginas estão ali, implorando para serem escritas. E escrever é perigoso, por que quando você começa nunca sabe quando ou onde irá parar.

("Caminhante, não há caminho. O caminho se faz ao andar.")

P.S: Não sei quando vou voltar a postar aqui. Amanhã eu viajo e, se depender de mim, não volto tão cedo. Vou viver a minha vida, vou procurar alguma coisa que eu ainda preciso encontrar. A qualquer um que leia isso, desejo que faça o mesmo. Janeiro é um mês muito perfeito pra ser passar entre quatro paredes. Em janeiro eu quero mais é VOAR!