quarta-feira, novembro 19, 2003

a medida de amar é amar sem medidas..

Descobri que gosto de gostar. Adoro a sensação de viver, de não saber, de querer, de sentir, de ser leve, de imaginar, de sonhar acordada, de sorrir como uma criança, de buscar um rosto, uma voz, um olhar, um sorriso, um perfume. Gosto de gostar.
Gostar é um abismo, tão escuro e tão profundo que em muitos inspira medo. Medo. Medo. Medo. Medo de quê? Medo que eu não tenho e não consigo entender.
Medo é um sentimento forte demais. o que eu sinto é receio. Não, talvez seja ainda menos. É um reflexo de tudo que já vivi e senti, e quis esquecer. É uma vozinha baixinha na minha cabeça me mandando pensar duas vezes antes de andar. Mas em mim ela quase não tem efeitos, pois não consigo escutá-la por mais que alguns instantes.
O abismo, que para os outros parece escuro e perigoso, é para mim um mistério, um desafio. E mistérios existem para serem desvendados. Desafios, para serem vencidos. Sensações, para serem sentidas. Situações, para serem vividas.
Sinto informar, mas sou um carro com defeito: onde todos têm o freio, eu tenho um acelerador. Eu me jogo de olhos vendados nisso tudo, e amo a sensação de cair no desconhecido. De flutuar. De ser leve, tão leve que se tem a doce ilusão de voar!
O que há no fundo disso tudo eu não sei, por que em cada abismo em que me arrisco encontro algo novo e surpreendente. Por que gostar, de uma certa maneira, é também um não-saber. É tentar descobrir, desvendar esse mistério eterno que chamam por aí de "amor".

(A medida de amar é amar sem medidas.)