quarta-feira, outubro 29, 2003

quem sabe?

Tenho estado tão melancólica ultimamente. A roda gigante de sentimentos em que eu vivo anda emperrando na parte de baixo... Eu mesma me assusto com a maneira como eu consigo sair de um estado de euforia pra uma tristeza inexplicável (e vice-versa, por que ninguém é de ferro!).
Um belo dia, há quase um mês atrás, eu chego na sala e encontro Danilo cantando “Quem Sabe�, de Los Hermanos. Sabe quando uma música se encaixa direitinho no que você está sentindo? Pois é: aconteceu. Daí pra eu perder uma aula importantíssima de físico-química pra escrever mais um texto foi um pulo.
Demorei á postar esse aqui. Ele já poderia ter saído da gaveta há muito tempo, mas mexer em ferida recente dói demais. A gente tem que esperar ela cicatrizar, pelo menos um pouquinho...


QUEM SABE?
06/10/03

Atire a primeira pedra quem nunca sofreu por amor. Pelo amor que acabou. Pelo amor não correspondido. Pelo amor que nem chegou a nascer.
Um amor que acabou, pelo menos existiu. E se por qualquer motivo não existe mais, deixou ao menos as lembranças. Um amor não correspondido, por sua vez, vive apenas na imaginação. Não teve nem terá uma existência real. Quem o sente sabe, no fundinho da alma, que não passa de uma ilusão.
Mas o amor que morreu antes de nascer machuca mais que qualquer outro. Esse amor poderia ter existido. Não era uma ilusão, não era uma miragem. Era desses sonhos reais, sonhos possíveis.
Talvez eu tenha errado. Talvez ele. Talvez os dois, ou nenhum dos dois. Mas o que era tão certo, tão claro, tão perfeito... se desfez. Sem que me desse conta do porquê as nuvens do sonho sumiram do meu mundo.
“Quem sabe o que é ter e perder alguém sente a dor que senti�. E não é simples explicar. Quem sabe o que é sentir saudades do que não viveu? Falta do que não teve? Quem sabe a dor que é sonhar e saber que o sonho poderia ter sido realidade se você não tivesse errado aquela esquina no caminho? E viver das lembranças que não se tem?
Dói. Dói sim, e não venha me dizer que é psicológico. Você se esquece da dor de cabeça? Do pé quebrado? Esquece do corte que está sangrando? Pois saiba que amor não é apenas emocional. Amor nos consome: é o corpo como um todo que ama! A minha dor é física, é um aperto no peito que me lembra a cada segundo o que eu sinto.
Não me julgue por favor! Não me peça pra parar porquê está acima do meu controle. “Não fala do que eu deveria ser pra ser alguém mais feliz�. Deixe eu chorar as minhas lágrimas e vestir meu luto por tudo aquilo que eu queria ter vivido. Assim, aos pouquinhos, a ferida vai cicatrizando. E eu (re)aprendo a amar, um outro amor totalmente novo...

("Não sei viver sem te ter? Não dá mais pra ser assim!")