retratos
Segunda-feiras são sempre iguais... É quase como se o corpo e (principalmente) a cabeça se recusassem a funcionar, num protesto a favor do fim de semana. Tudo que eu queria era uma caminha pra dormir o dia todo!
Aà vai outro textinho velho que escrevi um dia quando saà da Oficina de Literatura. Esperando as meninas pra fazer o Projeto de pesquisa, eu comecei a pensar, e fui escrevendo o que vinha na cabeça. Saiu essa "crônicazinha" que eu A-D-O-R-E-I!
RETRATOS
23.09.03
É uma tarde ensolarada qualquer. Me vejo sentada num cavalete, encostada no muro áspero sob a sombra das trepadeiras, na frente do meu colégio. Será tudo isso só mais um deja vú?
Não. Eu já estive nessa mesma posição há uns três meses atrás. Chovia, e eu quase posso sentir as gotas escorrendo pelos meus cabelos. E eu estava acompanhada.
Pronto, lembrei! E é estranho, por que ao lembrar revivo as sensações daquela tarde. E eu sinto novamente o sangue nas bochechas, lanço o mesmo olhar tÃmido e desconcertado de outro tempo. Os diálogos não eram muito longos, e por vezes uma frase ou outra do que foi dito retorna à minha mente. “Você sabe que eu gosto de você?â€�. E o “eu tambémâ€� que morreu na garganta e não chegou a ser dito.
Mas sabe o que é mais estranho? É que agora, e somente agora, eu tenho a consciência de que tudo isso é apenas uma lembrança. É como olhar uma fotografia de um álbum antigo: rever uma cena, reviver uma sensação e então guarda-la novamente no álbum, para voltar a ver quando quiser. Só que esse álbum é um cantinho da minha alma...
E sabe de uma coisa? Eu não estou chorando. Estou sorrindo! Sorrindo o sorriso bem largo de quem sabe que ainda tem muito nessa vida pra viver, e muitas fotos pra tirar. E que lembranças não são correntes que nos prendem: são as penas das asas que nos deram pra voar!
(Você me avisar, me ensinar, falar do que foi pra você não vai me livrar de viver... Eu disse e nem assim se pôde evitar)
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